O número de turistas chineses na Europa está a aumentar, o número de turistas americanos está a diminuir

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A Comissão Europeia de Viagens (ETC) realizou uma pesquisa com 7.100 viajantes de longa distância da Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão, Coreia do Sul e EUA. De acordo com os resultados da pesquisa, apresentados exclusivamente à Bloomberg, os viajantes americanos com consciência de custos estão abandonando as férias na Europa, enquanto os turistas chineses estão preenchendo essa lacuna.

De acordo com os resultados da pesquisa da ETC, 72% dos participantes chineses planejam viajar para a Europa neste verão. Isso representa um aumento de 10% em relação a 2024. Esses números são um alívio para hoteleiros, donos de restaurantes e outros proprietários de empresas no continente que dependem de turistas estrangeiros com altos gastos.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo da ONU, os turistas chineses gastaram US$ 251 bilhões no exterior em 2024, ultrapassando os níveis pré-2020. Isso torna a China o maior mercado em termos de gastos gerais com turismo, mas até recentemente a maior parte dessa receita era gasta em viagens dentro da Ásia.

O problema na economia do turismo europeu

O fato de as descobertas da ETC indicarem que os turistas chineses não planejam gastar como antes é preocupante. Este resultado ganha importância considerando a tendência anterior dos turistas chineses em compras de luxo. Apenas 29% dos entrevistados afirmaram que planejam gastar mais de 200 euros (US$ 229) por dia, uma queda de 44% em relação ao verão passado. A maioria dos viajantes chineses (54%) planeja limitar seus orçamentos entre 100 e 200 euros por dia.

Ainda assim, no relatório da ETC, pelo menos 53% dos participantes chineses afirmaram que as compras desempenharão pelo menos um papel em suas viagens. Aqueles que viajam a negócios têm orçamentos mais generosos. 36% deste grupo planejam gastar mais de 200 euros por dia. No geral, os turistas chineses são mais rigorosos com seus orçamentos em comparação com turistas de outros países.

Apenas um terço dos viajantes americanos que participaram da pesquisa da ETC planeja viajar para a Europa neste verão, o que representa uma queda de 7% em relação a 2024. Os outros três mercados examinados no relatório da ETC – Brasil, Canadá e Japão – também estão em declínio, embora em menor grau.

O CEO da ETC, Eduardo Santander, disse que há motivos para otimismo, acrescentando: “Embora a recuperação na China seja mais lenta do que em outros mercados de longa distância, o ímpeto está claramente aumentando. Restabelecer a comunicação com esses viajantes continua sendo uma prioridade máxima para muitos destinos europeus”.